A lenda da Macambira
Num ano que a seca nossa terra veio assolar,
Falta de alimento, os bichos viviam a enfrentar.
para não morrer de fome um gato ficava a espreitar
os bichinhos que na sua frente estavam a passar.
Quando um beija-flor nas bromélias veio pousar
querendo encontrar água para a sede saciar,
O gato macambira de súbito inventou de pular.
esqueceu-se que aquelas pedras podiam rolar.
E daquele penhasco os três foram despencar,
o animal, a ave e a planta lá em baixo foram findar.
Oh, que triste fim…
Mas, o Criador não quis que eles acabassem assim…
No lugar daquela tragédia, sob a bênção do luar,
Uma planta com garras de felino afiadas foi brotar
Com longas folhas cheias de espinhos a espinhar,
e uma flor avermelhada começou desabrochar,
parecia a plumagem do colibri que vivia a beijar.
De macambira, os indígenas começaram chamar
pois queriam a resiliência daqueles seres eternizar.
Nossa mãe natureza, e seus mistério a contemplar:
uma bromélia que na falta d’água está a sustentar
os bichos indefesos que no sertão vivem a morar.
Cristiane Ferreira Arrais
O seu néctar é usado por diversas espécies de animais, seus frutos são comidos por pequenos mamíferos e lagartos, a própria planta facilita a germinação de sementes de outras espécies e serve de abrigo e refúgio para vários grupos de animais, especialmente lagartos e cobras.
Além disso, a macambira é usada em momentos de seca para ser oferecida ao gado, no sertão. Como é fibrosa e rica em proteínas, o gado geralmente engorda rápido. Por fim, a espécie também serve para a alimentação humana.
O pitó, mocó ou maçã-de-macambira, que nada mais é do que o broto da planta descascado, pode ser usado como acompanhamento na refeição ou em saladas. Esse broto tem sabor nobre e é muito nutritivo.
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